À sexta-feira há trânsito. À sexta-feira há sempre mais trânsito do que nos outros dias. São 19h, porra. 19h07. 19h09. Elevador, carro, prego a fundo a caminho de casa. O eixo norte-sul entupido, metade feito pela berma porque a minha saída é já ali. E logo nesta sexta-feira onde, para além de trânsito, há muita ansiedade.
Chegar a casa apressada, pegar na camisola, cachecol e seguir viagem, já em cima da hora. Gosto sempre de fazer o caminho para o estádio a ouvir uma música que goste. Merda, esqueci-me de pagar a subscrição do spotify, mas o shuffle dá-me o Drake, que naquele momento faz todo o sentido: vou a caminho de casa, o Sporting vai jogar dentro de minutos com o rival da fruta.
Perco o metro, mas estranhamente 1 minuto depois chega outro. Olho para o relógio de 5 em 5 segundos e começo a desenhar cenários. Vou perder o início, vou tão perder o início! E se o Sporting marca e eu não estou lá para ver? Vou o caminho todo a pensar nisso e parece-me algo tão real (à parte: vou concorrer ao Secret Story 6 com o segredo "Prevejo o futuro").
Chego ao meu lugar no momento do apito e dois minutos depois estava sem voz de tanto ter gritado golo. Do Joanathan Silva, que tinha acabado de perguntar para o lado quem era, e que fez um jogo enorme, indo a todas as bolas no seu flanco e não deixando passar uma (a quota parte de culpa no empate é discutível). Estava descrente para este jogo: o Porto vem de dois empates na liga com exibições medianas, previa entrada em força em campo. Mas afinal, foi o Sporting a impor o ritmo e eu a transbordar orgulho no meu cantinho no B10. Há muito tempo que não via futebol tão bonito em Alvalade. Nos primeiros 30 minutos de jogo não falhámos um passe e cortámos a maioria dos lances, sem merdas. Nós contra uma equipa que vale 10 vezes mais do que a nossa. O Sporting a ser um rolo compressor para cima de uma fruta sem criatividade. Pernas e preparação física é que existem em menor escala ali para os lados de Alvalade, portanto adivinhava-se a reviravolta do Porto, que para mim é, por muito que me custe a admitir, a equipa que joga melhor futebol neste momento.
Os últimos minutos da primeira parte já foram sofríveis, à medida que o fraco Porto se ia impondo no meio campo, mas os segundos 45 minutos foram a prova de que nos faltam muitas opções: aos 60 minutos o Carrillo já não dá mais, depois de ter dado tudo. Aquele que tem vindo, época após época, a ser posto em cheque, parece que finalmente atinou e quer brilhar e provar que é o extremo que se dizia que era. O Nani, muito acima dos seus companheiros, também já não dá muito mais, e a deixar-se levar pelas trocas de bola dos azuis e brancos que o vão desgastando. O Adrien também mostra que está de volta ao que era, assim como o William. João Mário a afirmar-se como titular indiscutível (a sério que continuávamos a insistir no André Martins quando temos este diamante em bruto?). Mas o pior vem depois: Capel a ser Capel (apesar do brilhante remate no final que merecia ter entrado), Mané a ser Mané (ainda não fizeste uma este ano, amigo), Montero a err.. fazer não sei bem o quê.
No meio disto tudo, um auto golo do Naby Sarr. Tenho-o tentado defender porque acho que ele tem potencial apesar de se mostrar ainda inseguro, mas depois de nos ter comprometido tanto contra o Maribor como contra o Porto, começo a ficar sem argumentos.
Apesar da irritação, saio de Alvalade feliz por ter visto um bom jogo de futebol. O Sporting está bem de saúde e tem argumentos para se bater por um bom lugar no campeonato e não envergonhar ninguém nas competições europeias (quero desde já excluir o Chelsea desta permissa).
Terça-feira há mais.
Chegar a casa apressada, pegar na camisola, cachecol e seguir viagem, já em cima da hora. Gosto sempre de fazer o caminho para o estádio a ouvir uma música que goste. Merda, esqueci-me de pagar a subscrição do spotify, mas o shuffle dá-me o Drake, que naquele momento faz todo o sentido: vou a caminho de casa, o Sporting vai jogar dentro de minutos com o rival da fruta.
Perco o metro, mas estranhamente 1 minuto depois chega outro. Olho para o relógio de 5 em 5 segundos e começo a desenhar cenários. Vou perder o início, vou tão perder o início! E se o Sporting marca e eu não estou lá para ver? Vou o caminho todo a pensar nisso e parece-me algo tão real (à parte: vou concorrer ao Secret Story 6 com o segredo "Prevejo o futuro").
Chego ao meu lugar no momento do apito e dois minutos depois estava sem voz de tanto ter gritado golo. Do Joanathan Silva, que tinha acabado de perguntar para o lado quem era, e que fez um jogo enorme, indo a todas as bolas no seu flanco e não deixando passar uma (a quota parte de culpa no empate é discutível). Estava descrente para este jogo: o Porto vem de dois empates na liga com exibições medianas, previa entrada em força em campo. Mas afinal, foi o Sporting a impor o ritmo e eu a transbordar orgulho no meu cantinho no B10. Há muito tempo que não via futebol tão bonito em Alvalade. Nos primeiros 30 minutos de jogo não falhámos um passe e cortámos a maioria dos lances, sem merdas. Nós contra uma equipa que vale 10 vezes mais do que a nossa. O Sporting a ser um rolo compressor para cima de uma fruta sem criatividade. Pernas e preparação física é que existem em menor escala ali para os lados de Alvalade, portanto adivinhava-se a reviravolta do Porto, que para mim é, por muito que me custe a admitir, a equipa que joga melhor futebol neste momento.
Os últimos minutos da primeira parte já foram sofríveis, à medida que o fraco Porto se ia impondo no meio campo, mas os segundos 45 minutos foram a prova de que nos faltam muitas opções: aos 60 minutos o Carrillo já não dá mais, depois de ter dado tudo. Aquele que tem vindo, época após época, a ser posto em cheque, parece que finalmente atinou e quer brilhar e provar que é o extremo que se dizia que era. O Nani, muito acima dos seus companheiros, também já não dá muito mais, e a deixar-se levar pelas trocas de bola dos azuis e brancos que o vão desgastando. O Adrien também mostra que está de volta ao que era, assim como o William. João Mário a afirmar-se como titular indiscutível (a sério que continuávamos a insistir no André Martins quando temos este diamante em bruto?). Mas o pior vem depois: Capel a ser Capel (apesar do brilhante remate no final que merecia ter entrado), Mané a ser Mané (ainda não fizeste uma este ano, amigo), Montero a err.. fazer não sei bem o quê.
No meio disto tudo, um auto golo do Naby Sarr. Tenho-o tentado defender porque acho que ele tem potencial apesar de se mostrar ainda inseguro, mas depois de nos ter comprometido tanto contra o Maribor como contra o Porto, começo a ficar sem argumentos.
Apesar da irritação, saio de Alvalade feliz por ter visto um bom jogo de futebol. O Sporting está bem de saúde e tem argumentos para se bater por um bom lugar no campeonato e não envergonhar ninguém nas competições europeias (quero desde já excluir o Chelsea desta permissa).
Terça-feira há mais.